O termo responsabilidade vem do latim e caracteriza o ato de “responder” a outrem ou a si próprio. Quantas são as questões que nos indagam, exigindo de nós respostas? As respostas que esboçamos no mais íntimo do nosso ser em relação ao que gostaríamos de ver realizado em nossas vidas, constituem verdadeiras rotas de ação. Configuram o planejamento estratégico da construção de nós mesmos.

Os gregos antigos consideravam a ação como dimensão essencial do homem. Este só é o que é em função das ações empregadas na construção do seu ser. Os demais seres vivos cumprem um script dado pela natureza, seguem um roteiro no telepronter com ações pré-determinadas e consequências previsíveis.

O homem, ao contrário, produz ações assentadas em uma causa livre, o que o faz autor de sua própria biografia. Ao escrever o livro da existência, homens e mulheres respondem pelo sucesso ou fracasso que alimentam no enredo da vida. O propósito almejado é um roteiro livremente construído, cuja consecução depende não apenas da quantidade, mas, sobretudo, da qualidade das ações empregadas para tal fim.

A liberdade permite que o ser humano verse como roteirista de sua caminhada. E como diz o poeta, o caminho se faz ao caminhar. Pôr os pés na estrada é realizar o roteiro selecionado; é abandonar a posição de coadjuvante para ser o ator principal no palco da vida.

A ação é movimento que nos desloca no espaço e no tempo. Sempre que agimos ampliamos o horizonte. E todo passo adiante sinaliza que caminhamos em direção ao futuro, tornando presente as expectativas nutridas na esperança.

Responsabilidade, enfim, é a exigência de responder acerca da nossa incompletude. É apontar direcionamentos para nossos atos com o propósito de realizar os objetivos que livremente escolhemos. É a capacidade de acolher o futuro de forma planejada.

Devemos sempre guiar nossas ações, mas sem perder a sensibilidade, tal como um GPS, de refazer, quando necessário, rotas e projetos que nos conduzam ao fim almejado. Isso é responsabilidade!