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Ética
Publicado em 09/11/2017 por Clodomiro José Bannwart Júnior é Coautor dos Livros "Responsabilidade Integral: Metodologia estratégica para o desenvolvimento pessoal, corporativo e educacional” e “A Pedagogia da Responsabilidade Integral e a BNCC”. Professor de Ética e Filosofia Política na Universidade Estadual de Londrina.

As tragédias se alimentam da mesma matéria prima: a ação humana. Uma simples ação pode produzir dramas que afetam o destino de uma pessoa ou de toda a sociedade. A ação do homem pode gerar imprevisibilidade quanto às consequências no espaço e no tempo, como também produzir seus heróis e viabilizar caminhos até então despercebidos.

A ação é indispensável para o homem não simplesmente viver, mas bem viver. Confúcio afirmava que nascemos todos iguais, mas nos diferenciamos pelas ações praticadas. Em razão do caráter inacabado do ser humano, cada um se constitui naquilo que é pela qualidade das ações empregadas na construção de si. E na constante modelagem de nós mesmos, corremos o risco de escolhas arriscadas ou equivocadas que cooperam para produzir tragédias. Nós somos, maioria das vezes, o palco em que encenamos nossas tragédias pessoais. Se a ação é o que caracteriza a essência do humano, também é o que há de mais perigoso. Pode-nos emancipar ou nos aniquilar.

Daí a importância da ética, compreendida como um conjunto de valores, costumes e tradições que, partilhado comumente, serve de contributo na orientação de ações, atitudes e comportamentos. A ética forma um horizonte de pressupostos valorativos que permite a todos uma convivência não alienada e solidária. É ferramenta imprescindível para a formação da cidadania e dos valores públicos, na medida em que serve de baliza para que cada pessoa se estabeleça socialmente. A ética é uma ação pensada e refletida. E por isso ela nos projeta.

Constituída de valores intangíveis, a ética pode ser comparada às estrelas no céu que auxiliam a condução de um barco em alto mar. Mesmo que o barco jamais consiga alcançar as estrelas, são elas, com seu brilho e intensidade, que orientam a navegação evitando, assim, as tragédias.

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