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Precificação e Sustentabilidade 02
Publicado em 16/08/2018 por Gleiton Luiz de Lima é Coautor dos Livros "Responsabilidade Integral: Metodologia estratégica para o desenvolvimento pessoal, corporativo e educacional” e “A Pedagogia da Responsabilidade Integral e a BNCC”. Professor, consultor e palestrante. Gestor da RSP Integral.

Senões não faltam à precificação. A começar pela clássica pergunta: quem poderia administrar e gerir o fundo?!? Provavelmente careceria de uma governança global sujeita aos desafios e desconfiança proporcionais. Imagine tal proposta no cenário pós crise de 2008/9 com perspectivas de outra pior brevemente. A aparente solução - defendida por parte dos especialistas - estaria na descentralização dos problemas e das soluções, sem a exclusão dos mecanismos de poder e governança institucionais, com o fortalecimento e ampliação da colaboração responsável e coletiva das bases regionais em uma espécie de governança policêntrica em que os bens e problemas comuns deixariam de ser de ninguém para serem de todos, com diferentes atores sociais autônomos debatendo respostas e propostas a partir de seus referenciais sociais, econômicos e ecossistêmicos. Em resgate da velha máxima que só poderá ser cidadão do mundo quem conheça sua rua/vila. Obviamente que para tal o nível de participação política deve crescer na proporção da Educação direcionada a responsabilidade integral, pautada em valores éticos e críticos, com foco na inovação colaborativa - em redes ou não. Com liberdade e responsabilidade o indivíduo naturalmente estaria estimulado a formular ações experimentais de baixo e médio custo/impacto com potencial benefícios a vida e ao ecossistema. Ratifica tal defesa o fato de que um número considerável de propriedades - com ou sem incentivos - produzem energia limpa para consumo próprio cujo excedente é comercializado com as empresas responsáveis pelo fornecimento em diferentes regiões do mundo. Muitas destas buscam agregar à produção de energia limpa/renovável o marketing da sustentabilidade com grande sucesso entre seus consumidores, com direito a concorrido roteiro explicativo do sistema em uso, produção, custos de implantação e tempo previsto de retorno financeiro. Número ainda maior de propriedades mantém sistemas de aquecimento a partir de fontes limpas de energia com capacidade de reduzirem às aquisições junto as empreses fornecedoras. Muitas dessas propriedades construídas com materiais oriundos de processos de produção de baixo e/ou neutro em carbono. Na proposta política capaz de negar a tradicional verticalização do poder, as bases regionais construiriam modelos ecossustentáveis alicerçados na responsabilidade e no compromisso cidadão de forma a fazer pressão política no Estado em favor de deliberação que somem aos esforços e acertos locais/regionais. Tudo simples e com redução de custos, cujo papel do Estado seria de incentivar os resultados obtidos e não de ‘descobrir’ ou ‘desenvolver’ soluções apoteóticas. Com os benefícios da possibilidade de recuperar valores essenciais à boa governança: a confiança e a responsabilidade política. Patrimônios políticos perdidos ao longo dos anos de hiato e abandono existentes entre o poder legalmente constituído e o cidadão.

REFERÊNCIAS

ARNT, Ricardo (org.). O que os economistas pensam sobre sustentabilidade. São Paulo: 34, 2010.

CECHIN, Andrei. A natureza como limite da economia: A Contribuição de Nicholas Georgescu-Roegen . São Paulo: EDUSP/SENAC-SP, 2010.

VEIGA, José Eli da. A desgovernança mundial da sustentabilidade. São Paulo: Editora 34, 2013.

VEIGA, José Eli da. Sustentabilidade: A legitimação de um novo valor. São Paulo: SENAC, 2010. 

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