Não constitui novidade dizer que as últimas décadas ficaram marcadas pela amplificação do credo no poderio infinito da raça humana sobre todas as coisas, acompanhado da ignorância do poder e dos limites impostos pela natureza. Ao enaltecer as condições técnico-científico de apresentar respostas às demandas existentes, a sociedade preteriu a verdade dos fatos de que há limites à entropia (a desordem) produzida pelo homem em suas ações de dominar a natureza e edificar as bases de sobrevivência da raça humana. Com uma agravante, o modelo de empoderamento da Sociedade de Consumo pautada no ‘ter’, em especial na posse do bem com força de demostrar ostentação, conduziu a espécie humana ao consumo sem rédeas, colocando em xeque sua existência.
Precisamos incorporar a Responsabilidade Integral, pautada nas garantias da vida, saúde, liberdade e felicidade à maioria, sem ferir as minorias e a natureza; fortalecer as garantias dos valores democráticos de forma a subsidiar o debate entre os diferentes e as diferenças na construção dos valores colaborativos em educação. Privilegiar a difusão de que temos responsabilidades sociais e civis, na construção dos conceitos que venham a combater os exageros das liberdades individualistas, sem ferir o direito às liberdades individuais. Cientes de que todos têm o direito de buscar a melhor forma de vida que lhe aprouver, desde que não venha a ferir o direito do outro. E, fundamentalmente, criar condições para ressignificar a existência humana sobre o planeta, e frente a sociedade, de tal forma a apresentar respostas capazes de fazerem frente aos paradigmas catastróficos impostos pela condição de que a natureza dá “sinais de esgotamento” de sua capacidade de resiliência.